Mais de 350 milhões de árvores foram plantadas nesta segunda-feira (30) em apenas 12 horas, de acordo com Getahun Mekuria, ministro de Inovação e Tecnologia.
A força-tarefa ocorreu em mais de mil áreas do país, e os líderes da iniciativa dizem que se trata de um novo recorde mundial.
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O atual recorde de plantio de árvores em um único dia pertence à Índia, onde 800 mil voluntários plantaram mais de 50 milhões de árvores em 2016.
A plantação em massa faz parte de um projeto do governo chamado Green Legacy Initiative (Iniciativa do Legado Verde, em tradução livre), que busca combater "a assustadora degradação ambiental" que o país está sofrendo.
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Apoio da ONU
As mudas foram plantadas por voluntários, enquanto equipes do governo se encarregaram de fazer a contagem, segundo informou Kalkidan Yibeltal, jornalista da BBC em Addis Abeba, capital da Etiópia.
Não houve expediente em alguns órgãos públicos para permitir a participação dos funcionários.
A iniciativa também contou com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e das embaixadas de alguns países na Etiópia.
De acordo com Yibeltal, vídeos transmitidos pelos meios de comunicação estatal convidavam a população a plantar árvores e cuidar delas.
A meta do projeto é plantar 4 bilhões de árvores.
Desmatamento e seca
Segundo dados da ONU, no início do século 20, as florestas ocupavam 35% do território da Etiópia, mas esse percentual foi caindo até chegar a pouco mais de 4% nos anos 2000.
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Com 103 milhões de habitantes, a Etiópia é a segunda nação mais populosa da África, depois da Nigéria.
O país é vulnerável a desastres ambientais causados ??pelas mudanças climáticas, especialmente às secas, que se intensificaram nos últimos anos e afetam milhões de pessoas.
As secas dificultam a obtenção de água e alimentos e já provocaram um deslocamento interno de cerca de 3 milhões de pessoas, segundo dados da ONU.
O projeto de plantio de árvores é liderado pelo primeiro-ministro do país, Abiy Ahmed, que compartilhou fotos da empreitada.
Os críticos de Abiy dizem que o mandatário está usando a campanha para distrair a população em relação aos desafios enfrentados por seu governo, incluindo conflitos étnicos que obrigaram quase 2,5 milhões de pessoas a deixar suas casas.
Reprodução BBC News Brasil